Crônicas
Um homem simples no poder
2022-08-22 06:01:23

Wilson Márcio Depes

Toma posse na segunda-feira, em solenidade na sede do Tribunal, em Vitória, o futuro presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sérgio Teixeira Gama. Tive oportunidade – e o prazer – de escrever uma crônica quando de sua eleição, por unanimidade. Hoje volto ao tema porque, em essência, a figura do desembargador eleito representa a própria cidadania no exercício do cargo mais elevado da justiça capixaba. Lembrei-me, agora, de um texto de Norberto Bobbio, no qual ele adverte que uma coisa é falar dos direitos do homem, direitos sempre novos e cada vez mais extensos, e justificá-los com argumentos convincentes; outra coisa é garantir-lhes uma proteção efetiva. Pois bem. O desembargador Sérgio, dentro de sua competência, garante ao advogado e o cidadão essa proteção efetiva e afetiva, fundamentalmente por seu exemplo de cidadão e de magistrado exemplares, saído de um Ministério Público sem exageros. O personagem de Chesterton, como nos tempos de hoje, costumava pôr-se de cabeça para baixo e pernas para o alto, convencido de que assim conseguia enxergar no mundo coisa imperceptíveis para quem se limite a contemplá-lo na posição habitual. A trajetória do futuro presidente do Tribunal evita tal extravagância. Na escala de valores que se exige de um magistrado, o cidadão, do mais simples ao mais sofisticado, pode ter a certeza de que terá um presidente sobretudo justo, honesto e decente. Suas ações, evidentemente, fluirão do ventre do princípio ético, de uma conduta moral feita de coerência aos deveres do homem para com sua época e para com seus semelhantes. Serão dois anos não de vitórias adjetivas, porque com isso o desembargador Sérgio não se contenta, mas com do triunfo substantivo, pois seu passado nos mostra que a vida no Poder Judiciário, não é e não pode ser separada da simples vida humana. Sérgio cidadão é homem que frequenta as feiras do Jardim da Penha, aos sábados, despojado no meio de todos, mostrando que o Judiciário não possui leis próprias. Possui, sim, regras de condutas isentas que se conformam e se corporificam no conflito diário da vida humana. Trata-se de uma pessoa sóbria, mas uma alma de combatente. Por certo recolherá em seu mandato e em sua vida três forças: a fidelidade dos companheiros humildes, a admiração dos iguais e a inveja dos poderosos.

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