Crônicas
Cachoeirense sofre, mas...
2022-08-22 08:39:04

Wilson Márcio Depes

Cachoeiro já teve Carnaval? Pergunta um jovem com ar de desterro. Sim. A história mostra que já teve Carnaval e dos bons. Sempre gostei principalmente dos blocos bem humorados e ficava catalogando as boas críticas e a irreverência do povo brasileiro que, nesta época, se aflora em doses elevadas. Certa feita – e até hoje não esqueço - vi um bloco denominado “Vem Ni Mim Que Sou Facinha”. Um grupo de homens e mulheres bem humorados que alegrava os transeuntes, com humor irreverente. O máximo de se via, além da bebida, era o pessoal cheirando lança perfume. A violência era um ou outro desentendimento, que o delegado não resolvesse. Por isso a expressão: “Isso é conversa de bêbado pra delegado”. Não quero comentar os tempos de hoje, mas vejo ainda a paixão do carnavalesco de rua até o espetáculo do Sambódromo. Os blocos de Cachoeiro marcaram época. Famoso o Bloco da Babiana, se não me falha a memória. Assadinho e Mimica, o primeiro com quase 2 metros de altura e o segundo, 1m60cm. Faziam críticas ao momento político e social. As pessoas ficavam esperando, todos os anos, o tema a ser explorado. Geralmente de extremo bom gosto. Bom, antes de entrar no saudosismo, quero registrar que, na década de 70, o Carnaval de Cachoeiro começou a deslocar pra Marataízes. Um grupo de jovens começou a se vestir como as famosas moças que frequentavam os bordeis da Noemia, da Nenzinha, da Geni e muitas outras. Traziam o nome de cada uma delas e desfilavam pelas ruas, em blocos, inaugurando o “carnaval de rua” na praia. A partir daí, como a falta de espectadores, o carnaval de Cachoeiro foi murchando. Mas muitos resistiram. E hoje não lhes posso dizer o fizeram do nosso carnaval. Talvez tenham ficado saudades. Afinal, como Rita Lee, “Brasileiro sofre, mas arrasa na felicidade, né?”. Depois do carnaval a gente resolve.

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