Crônicas
Nenê traduz nossos sentimentos
2022-08-22 15:55:54

Assisti à Festa de Cachoeiro deste ano, de longe. Ao mesmo tempo em que desenvolvia trabalhos profissionais, participei de cursos no âmbito do Direito, em São Paulo. Como é a sensação cruel de quem assiste a uma festa, de sua cidade querida, cantada em prosas e versos, de longe, acompanhando só pelo celular? Só assim você pode entender a verdadeira essência do que Newton Braga pretendeu ao criar a festa inspirado só em sentimentos que brotam do mais íntimo de nossa alma. A humanização da cidade é isso. A cidade poderia, o ano todo, ficar imbuída desse espírito. Definitivamente os Braga são os verdadeiros responsáveis pela preservação desses emoções que, afinal, dão sentido à vida. Bem, de longe, sem interferência de ninguém, quero crer que o prefeito Victor conseguiu chegar bem perto do que pretende o cachoeirense em sua festa. Não são grandes shows – claro que isso também – são encontros, de ausentes, presentes, enfim, o abraço. Aliás, como muito bem vislumbrou Newton Braga, com aquela antena delicadíssima. São também atos de justiça, como, por exemplo, o caso da comenda justamente oferecida ao Neném Doido. Aliás, um comendador que possui a unanimidade dos cachoeirenses. Em meu livro de Fotocrônicas, tentei homenageá-lo, achei que ele fosse, não um comendador, mas um rei que sempre comandou seus amigos, ensinando-lhes, em reunião, as coisas boas da vida. A minha curiosidade maior era saber o que Neném procurava na existência. Depois de pedir um cigarro, fitei o seu olhar. Nele tinha a poesia de Cecília Meirelles: “Que procuras? Tudo. / Que desejas? Nada. Viajo sozinho com o meu coração”. Só assim pude entendê-lo e, se não for presunção, compreender o que é ser cachoeirense e a razão pela qual os Braga se dedicaram a vida a essa grande paixão.
Morreu esta semana Eloisa Borges Valadão, com quem convivi por muito tempo. Vida simples, visão aguda no mundo, história de vida muito rica. Não pude trazer o meu abraço despedida e o meu conforto aos familiares, pois, como disse, estava em viagem. A história falará por mim.

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