Crônicas
A perplexidade diária...
2022-08-22 16:34:18

Vou falar de assuntos áridos.  Miriam, que é contemporânea do golpe de 64, quando vivia aqui no ES, trabalhando na imprensa, argumenta que na Venezuela, o coronel Hugo Chávez, para se eternizar no poder, armou grupos, os círculos bolivarianos, inicialmente com o argumento de defender a “revolução” que ele dizia representar, depois outros grupos paramilitares foram sendo formados. Hoje, há mais “soldados” nesse exército paralelo do que no oficial. Por outro lado, o chavismo fez uma simbiose com as Forças Armadas, militarizando o governo e dividindo o poder com os oficiais. Em seguida, enfraqueceu as instituições, como Congresso e Judiciário, e perseguiu a imprensa.  Mesmo depois de divulgada a reunião do dia 22 de abril, quando o país   redescobriu, graças à decisão do ministro Celso de Mello, do que é feito o governo. Ou seja: lá se viu de tudo, desde ministros pedindo prisões de autoridades, ameaças do presidente a quem falasse com a imprensa, até o estímulo à reação armada contra a ordem das autoridades. Mesmo assim, ando pensando se isso acontecer, o que é quase impossível como improvável, vai colocar o país em choque com o mundo. Dois temas, inevitavelmente, vão se entrelaçar: a pandemia e a destruição da Amazônia. Penso também que a história hoje nunca seria como em 64, quando houve uma resistência armada. Por outro lado, mas ficando na mesma situação, quarentena criou um prato cheio para sociólogos e antropólogos.   O sociólogo Sorj reflete que para os mais idosos a quarentena tem dimensões subjetivas mais sombrias. Se durar muitos meses ou um ano, para dar um número pessimista, mas que está na ordem do dia, para pessoas de certa idade significa perder não só uma porcentagem alta da vida que lhe resta, como também um período em que estará melhor do que no ano seguinte, porque estão na fase do declive. Para um jovem, o ano eventualmente perdido se dilui nos muitos anos que tem pela frente. E para um idoso o isolamento físico, de certa forma, é uma prévia da despedida final, de presenciar a saudade que os seres queridos já sentem, e que algum dia será definitiva.

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