Crônicas
É preciso cuidar do homem à pé
2022-08-22 04:56:52

Onde estão as vacinas?  Certas coisas já cansei de lutar para entender. Confesso.  Uma delas é por que foi arrefecido o otimismo para a chegada das primeiras pílulas anti-Covid-19 no Brasil. Aqui pra nós, hoje se transformou em  longuíssima espera.  E olha que estamos às portas de uma eleição. Onde se faz tudo pelo voto. Até agora, nenhum paciente em solo nacional recebeu tais medicamentos fora de estudos clínicos. Apesar de aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as drogas das farmacêuticas Pfizer e MSD seguem em tramitação para inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS), mas ainda sem previsão oficial, para chegar aos hospitais.

O homem à pé?  Fico me perguntando – e o faço permanentemente -  quais são as prioridade de nosso município, hoje, já que no passado havia um esboço de Plano Diretor. Claro que o prefeito não tem como propiciar condições de melhorar a distribuição de rendas interna do país e eis aí um dos fatores causais de muitas mazelas urbanas. Mas se pode propiciar, como ensinava Jaime Lerner, condições de melhorar distribuição indiretamente ou balancear com vantagens adicionais. A cidade não tem condições de aumentar salários, mas pode oferecer serviços que contribuem para diminuir as diferenças.

O essencial é buscar o atendimento à maior parcela possível da população, estendendo a ela, como atitude permanente, o maior número de benefícios; e distribuindo em favor de muitos a valorização do espaço proporcionada a poucos, como decorrência do próprio desenvolvimento urbano. Isso se faz eliminando custos evitáveis para cada cidadão, ao proporcionar-lhe crescente acessibilidade aos serviços urbanos. Assim, estaremos dando uma parcela de contribuição para a diminuição dos encargos e, em consequência, a sua renda.

Exemplo disso, e quero parar por aqui, é integrar as funções urbanas, ao invés de separá-las, e ampliando ao máximo o sentido da palavra “vizinhança”, estaremos estimulando a criação de comunidades urbanas internas, onde os equipamentos urbanos não são a expressão do que se imaginou e se implantou de cima para baixo, mas são o resultado da participação direta daquela população em favor dela mesma. Em síntese, são soluções mais simples para o maior número de pessoas. É não esquecer nunca do homem à pé.

Link da Matéria:
Leia mais Crônicas
Precisa de ajuda? Entre em contato com nossa equipe de advogados
V1.0 - 0730 - © WILSON MÁRCIO DEPES ADV. - Agência PenseDMA 2022. Todos os direitos reservados.