Crônicas
A violência e a importância do voto
2022-10-01 17:21:30

      Confesso que esperei que a Marilene fosse escrever, na sua última crônica, sobre Mahsa Amini, que tinha 22 anos, e foi presa pela polícia da moralidade, em Teerã, por não estar usando o véu da forma considerada correta, segundo as minuciosas regras impostas pela ditadura dos aiatolás. Todo mundo sabe que Amini morreu na prisão, após ter sido espancada pelos seus captores. Isso gerou uma grande indignação. Em várias cidades do Irã, centenas de mulheres vêm retirando e queimando os seus véus, em protesto contra a morte de Mahsa e a brutalidade das forças policiais. Não digo mais nada. Vou esperar que Marilene trate do assunto, por apelo meu, pois sabe muito... mas muito mais do tema do que qualquer de nós.

   Se você acha que o assunto foge muito da política, não penso assim.  É uma boa reflexão para o dia 2 de outubro, dia da eleição. Tenho tido uns sonhos estranhos. Ouço Ulisses Guimarães bradando que toda invenção é triunfo da libertação do homem. Com a roda o homem começou a libertar-se no espaço e do tempo; com a agricultura, do nomadismo e da fome; com a medicina, da doença; com a casa, a roupa e fogo, das intempéries, do frio e das feras; com a escola; a ignorância; com a sociedade, da solidão; com a imprensa, da desinformação; com a democracia, dos tiranos.

   Por que ando preocupado? Porque a violência tem sido uma tônica no dia a dia.  As pessoas estão com medo de sair à rua. Principalmente à noite.  Já me perguntaram várias vezes se o eleitor pode votar armado.   Em sessão administrativa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, as alterações na Resolução nº 23.669 para incluir o trecho que disciplina a entrega do celular aos mesários e a proibição do porte de arma nos locais de votação. A Resolução dispõe sobre os Atos Gerais do processo eleitoral para Eleições 2002.

      Ora, já me explico. O rico tem poder do dinheiro, o governo o poder da burocracia para resolver seus problemas. O pobre, aí me esclareço, possui o poder libertário do voto. A experiência me mostrou, a essa altura, que na instância secular, a opinião pública é o juízo final. Se o poder não é do povo, se o povo não o tem, é massa abúlica, multidão informe e passiva, povo não é. Aí estão as peças principais a mecânica da democracia: poder original do povo. Votemos com consciência. Sem medo.

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