Crônicas
A direita em campo
2023-05-19 09:33:16

O vereador Juninho Corrêa, do PL, autêntico representante da extrema direita no município, desfraldando a bandeira do ex-presidente Bolsonaro, segue firme em seu projeto de ser prefeito de Cachoeiro. Em recente entrevista, abriu o peito e o jogo: sou candidato depois de uma composição com o meu partido, já que "obedecendo uma coerência de diretrizes e de harmonia, chegou a minha vez". Diz que, absolutamente, não é um radical, embora suas posições durante a curta vida política seja de completa obediência aos ditames bolsonaristas.

Claro que o momento é para isso mesmo. Já que o ex-presidente vem recebendo tiros por todos os lados, com risco de se tornar inelegível. Mas o vereador vem participando, diariamente, de reuniões com os empresários, principalmente do ramo de mármore. Transita muito bem no seio desses empresários, todos eles bolsonaristas, mas que também andam com a rédea curta. Não sabem o que acontecerá com o governo de Lula.

O que percebi na entrevista do vereador Juninho é que ele está tentando polir a sua imagem de radical. O tempo vai passando e ele percebeu que política é a arte do diálogo, com muita paciência. Mas não perdeu a fidelidade à direita. Está disposto a conversar com todo mundo, menos com o PT. Diz que faz um contraponto com as administrações de Carlos Casteglione, em Cachoeiro, que reputa contrária a tudo que pensa e poderá colocar em prática, caso eleito.

Não é fiel aos fatos quando diz que não fez uma oposição ferrenha ao prefeito Victor, mas assevera que "acho que prefeito desorganizado na execução das obras, trazendo prejuízo à população".  Em verdade, Juninho foi o mais acirrado opositor a Victor, sem que o prefeito tivesse qualquer vínculo com o PT ou mesmo fosse contra Bolsonaro.  Victor sempre foi fiel ao governador Renato Casagrande, que, ao que parece, é o seu grande líder.

O vereador que, firmemente, aspira à Prefeitura, na próxima eleição, acredita que será um momento decisivo na vida do estado e do país, pois o governo de Lula estará em julgamento. Não nega que o volume de obras em Cachoeiro é grande, mas considera que "falta planejamento", que será a tônica de uma eventual ascensão sua à Prefeitura. Faz críticas também ao grande número de assessores de Vitória, que compõem a administração do prefeito Victor.

Verdade ou não, são saídas que encontra para fugir do radicalismo de Bolsonaro ou de suas mazelas durante o governo, ou mesmo a vinculação com o movimento golpista de 8 de janeiro. A verdade é que Juninho está em plena campanha. Confia na fidelidade dos empresários e suas reuniões são diárias. E, sobretudo, leva em consideração a votação que a direita obteve em Cachoeiro.

Por outro lado, flerta com Ricardo e Theodorico Ferraço, argumentado que ambos são seus amigos, mas ainda não fechou um quadro de apoio, mas as conversas avançam. A sua conduta, até as eleições, pelo que se pode prever, é que será, se possível, de um moderado. Mas não perdendo a sua essência direitista, ou seja: a mínima intervenção estatal nos assuntos econômicos e sociais, deixando na mão da iniciativa privada funções que não são consideradas essenciais ao Estado, como por exemplo, o câmbio, transportes e a privatização das áreas de energia. Com esse discurso vem atraindo o empresariado.

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