Crônicas
O teatro abre suas portas
2023-11-06 15:58:52

Difícil apontar, depois de tantos anos acompanhando a administração pública, o nome de um governador que tenha auxiliado tanto o município de Cachoeiro como Renato Casagrande. E olha que Ferraço não deixava os governadores em paz. Conto uma história que narrei em outra crônica. O governador Eurico Rezende, quando era informado que Ferraço, então prefeito de Cachoeiro, se encontrava nas dependências do Palácio Anchieta, tirava o charuto da boca e dizia: “Lá vem Ferraço querendo transferir Vitória para Cachoeiro, sob a alegação que a capital é lá. Mas Rubem Braga disse que Cachoeiro é capital secreta, não é? ”.
Quem viu o que as chuvas fizeram com o teatro se comoveu. À época pedi ao Sérgio Bermudes para auxiliar com os seus clientes e amigos poderosos. Encaminhei, até, o projeto que a secretária Fernanda me remeteu. Via que ela e o prefeito se contorciam em dores em busca de recursos. Sérgio não conseguiu porque foi atingido cruelmente pela pandemia. Afinal, encurtando a conversa, o governador anuncia recursos para restaurar o teatro. Depois de três anos.
Os recursos chegaram num momento crucial. O período eleitoral se aproxima velozmente. Com esse convênio, o Prefeito roubou o discurso da oposição, que já elencara, em sua metralhadora giratória, críticas a ele e, por consequência, de seu candidato à sucessão. O que a oposição imagina é que, a rigor, a não-recuperação do teatro seria o atestado de incompetência administrativa do prefeito. São coisas da política. Tanto que ouvi, pelas ruas, a oposição freneticamente dizer, “que que adianta o anúncio de tanta obra, se não consegue recuperar um teatro”.
O teatro possui muitas estórias. O maior entusiasta era Rubem Braga. Certa feita, eu era secretário da Prefeitura, quando ele liga e diz: “Wilson, é impossível que Cachoeiro não tenha um teatro. Venha cá que vamos dar um jeito. ”. Todo lugar que batia às portas em nome do Rubem, elas se abriam. Gianni Ratto, artista de talento múltiplo, veio a Cachoeiro e disse que o Broadway era o local ideal. Pedimos ajuda a Deus e o mundo. Não conseguimos. Até que Ferraço conseguiu concretizar o sonho.
Implacavelmente vieram as águas do tão decantado Itapemirim. E se fez silêncio por três anos. Mas agora iremos abraçá-lo de novo. Em festa.

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