Crônicas
Alguns temas sem Crônica
2022-08-22 09:01:25

Wilson Márcio Depes

Pois é, aconteceu a Bienal Rubem Braga com várias atrações, o que, afinal, vem mantendo uma tradição cultural cachoeirense que se busca resgatar há vários anos atrás e que sempre foi uma preocupação de Rubem e Newton Braga. Fui no lançamento do livro da Marilene e aproveitei para dar uma geral. Muita gente. Fui também na posse da Academia Cachoeirense de Letras, com a certeza de que tal como as grandes obras, os sentimentos profundos significam sempre mais do que têm consciência do dizer. Os grandes sentimentos passeiam consigo o seu universo esplêndido.

Passo para outro tema. O país perdeu, esta semana, um dos seus mais brilhantes jornalistas: Alberto Dines. Como simplificou Miriam, foi um revolucionário na forma, exato no conteúdo. Todas as gerações durante e pós-ditadura não podem desconhecer o seu trabalho e o seu exemplo. Quem chegou, como eu, a ler o JB físico (agora on line) sabe o que representou Dines em todos os sentidos. Quem pode esquecer a capa ou primeira página do JB quando foi baixado o AI-5? O país, como sua morte, perde um jornalista que dava a maior importância à polêmica, mas que sabia conduzir a conversa com equilíbrio e harmonizando pontos de vistas diferentes. Ponto. Na parte final não posso conter a minha ansiedade com o lançamento do livro de Fernanda Montenegro que contém, aos 88 anos de idade, 75 de brilhante carreira. Trata-se de uma fotobiografia de 500 páginas, que resume fotos, documentos, cartas, entrevistas artigos de sua autoria, enfim, quase tudo que interessa a todos nós. Depois disso e ao final, quero dizer que, apesar de tudo, o Brasil ainda tem jeito, mesmo que, às vezes, como diz Ziraldo, possamos sofrer alguns desfalques nessa seleção de brasileiros ilustres. Até a próxima.

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