Wilson Márcio Depes
Tenho assistido perplexo, ao imenso Festival de Besteira que assola o país, com saudade de Sérgio Porto, que trazia um pouco de irreverência a nossas vidas. Dizia ele: “A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento”. Como faz falta. Já o Simão, da Folha de São Paulo, abusa da insolência: “Novo slogan do governo: 20km em duas horas”. Mas não é só isso. Vamos conversar. Segundo muitos, nossa comédia de erros começou há 60 anos atrás, quando Juscelino Kubitschek fez opção preferencial pelo transporte rodoviário. Um país grande deve ter ferrovias; um país com muitos rios e litoral extenso deve ter hidrovias, mas nossa matriz de transporte conta com 64% de rodoviários. É aquela velha história: “Todo problema complexo tem uma solução simples – e errada.” Agora, não é possível admitir que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, economista e filho de famoso economista, César Maia, cometa um “erro de cálculo” que causaria um prejuízo ao país de 9 bilhões de reais”. Fico me perguntando: se os candidatos que ora se apresentam não são capazes de agir numa crise dessas, inclusive de ausência de liderança e credibilidade do presidente, o que esperar das eleições. Bolsonaro, por exemplo, num dia é totalmente contrário à greve dos caminhoneiros, no outro é claríssimo ao dizer que “qualquer multa, confisco ou prisão imposta aos caminhoneiros por Temer será revogado por um futuro presidente honesto/patriota”. Acha, sem dúvida, que somos estúpidos. E tem mais: Magno Malta, seu aliado, foi protagonista de um circo dos horrores, com a CPI dos maus tratos. Forma, no mínimo, muito estranha para sensibilizar eleitores. Por fim, morreu esta semana o eterno presidente da OAB-ES, advogado Agesandro.