Wilson Márcio Depes
A sensação que dá, depois que o governador Paulo Hartung desistiu de disputar a reeleição, é que não se tem mais nada a se dizer. Objetivamente: o ex-governador Renato Casagrande já venceu o pleito exatamente porque falta um outro candidato para competir com ele. E não se trata de excesso de realismo. É um retrato fiel do quadro político capixaba. O candidato que propiciaria uma disputa eleitoral seria, em síntese, Ricardo Ferraço, que, por sua vez, não abre mão de sua candidatura à reeleição para o Senado. E mais: já se aproximou de Casagrande. Quer dizer, já reconheceu a vitória da “república de Castelo”. Amaro Neto, outra alternativa proposta por Hartung, também pretende alçar voo em direção ao Senado. São duas cadeiras, uma já é de Magno Malta, com eleição mais que garantida, e a outra será disputada, dente por dente, olho por olho, entre Ricardo e Amaro. Diga-se, por necessário, as pesquisas mostram Ricardo bem na frente de Amaro.
Falemos, agora, de César Colnago, o vice governador que pretende disputar a eleição ao governo com apoio de Hartung. A sensação que dá é que, no fundo, quer se cacifar para uma futura eleição à prefeitura de Vitória, tanto quanto Amaro. Entra no jogo e não deixa Amaro fazer campanha sozinho. E a senadora Rose? Não tem chances para o governo, mas não deixará, comodamente, de disputar a eleição. Tem mais quatro anos de mandato e ambiciona também a prefeitura de Vitória. As pedras do jogo, nesse embaralhado xadrez, mexem nesse sentido, deixando o eleitor, já sem esperanças e motivação, mais distante ainda. Esperto mesmo foi Paulo Hartung que aguarda passar a ressaca da maré, com ondas de quatro metros, para definir seu futuro político.
Artigo Jornal o Fato - Publicado em 20/07/2018.