O crescimento acelerado dos gastos com pessoal, sobretudo com os aposentados e pensionistas – nada contra – vai ser um grande problema que os futuros prefeitos vão enfrentar. O espaço para investimento em educação, saúde e infraestrutura será, sem dúvida, reduzido. A situação, por óbvio, é agravada pela decisão de deixar os municípios fora da reforma da previdência. Tenho feito defesa de alguns municípios que deixaram de recolher a alíquota fixada pela administração antecedente, sob pena de – só um exemplo – não poder substituir ou repor quadros com aposentadoria de servidores. Difícil vai ser, sob pena de desgastes políticos, a aprovação de reformas previdenciárias nas câmaras de vereadores. Isto porque o Congresso estabeleceu que cada estado e prefeitura deve ter suas regras. Mas prefeituras que o fizeram, aumentaram as alíquotas previdenciárias sobre os salários. Alguns prefeitos adotaram regime de capitalização para servidores que ingressaram depois de 2001. O que vejo, como saída derradeira, mas dramática, é a elevação da alíquota de contribuição dos servidores. Não que eu defenda esta hipótese, mas é o que tenho visto em alguns municípios que implementaram a reforma previdenciária. O assunto é árido, chato para uma crônica, mas verdadeiro. Isso demonstra que o país não está essa maravilha toda que se se propala.
Por falar nisso, uma chuva de pesquisas está caindo e vai cair na cidade até o dia das eleição. A pesquisa, a rigor, há muito tempo passou a ser um dado científico relevante, muitas vezes incontestável. Desde que, por óbvio, o instituto tenha credibilidade, caso contrário se torna fake. Os institutos, como Datafolha, Ibope, dentre outros, possuem credibilidade, exatamente porque não trabalham só com eleições, mas o ano todo, em várias áreas. Para se acreditar em pesquisa, meu caro leitor, confirme sua confiabilidade. Só assim para lançar seu palpite. Ou sustentar sua discussão.