A primeira crônica ...
2022-08-22 17:44:00
Vai entrando o mês de dezembro e a gente começa – eu disse começa ... - a fazer um balanço de tudo que passou no ano. Como Dra. Margareth Dalcomo – que virou minha guru - não acho que a vida no planeta Terra esteja ameaçada neste momento nem por atos terroristas nem por meteoritos que vão cair na Terra e tapar o Sol. A vida no planeta está ameaçada por epidemias. Aliás, que ninguém duvide, o homem trata muito mal o planeta. Se pensarmos que o maior celeiro de coronavírus, por exemplo, é a nossa Amazônia e nós continuarmos a tratar a nossa Amazônia como estamos tratando, poderemos ter a próxima epidemia nascendo do Brasil. Considero isso algo que nós todos devemos saber, até porque aprendemos isso com os virologistas. Eu, de minha parte, ando confiando pouco nas pessoas, mas a Dra. Margareth foi – e continua sendo - minha estrela guia durante toda a pandemia. Aliás, posso dizer, com toda certeza, que a coisa mais importante que aconteceu no mundo foram as vacinas contra a Covid.
Elementarmente, a vacinação, em tese, é uma forma segura e eficaz de prevenir doenças e salvar vidas. Graças às vacinas foi possível erradicar a varíola do mundo e controlar doenças como a poliomielite, as sequelas da rubéola em recém-nascidos e surtos de febre amarela, por exemplo. Segundo a OMS, hoje, existem vacinas contra cerca de 20 doenças, as quais salvam a vida de até 3 milhões de pessoas por ano. Não podemos fechar os olhos para o avanço da ciência na prevenção de doenças infecciosas a partir do desenvolvimento de vacinas com tecnologias cada vez mais avançadas.
Neste momento, apesar dos estupidamente negacionistas, acredito que a importância das vacinas para a sociedade ficou ainda mais evidente com a pandemia da Covid-19. Quero crer, se não estou errado, que negar a ciência, no entanto, não é um fenômeno recente. No início da Idade Moderna, autoridades negavam os avanços científicos e as reflexões dos filósofos humanistas. Para calar quem trouxesse a ciência para o debate, eles usavam o poder que tinham para executar pessoas na fogueira. Aliás, como todo mundo sabe. Chegou um momento em que achei que pudesse reviver a história, sob o comando de um governo de formação autoritária de extrema direita. Lembra-me um amigo que a Carta de Pero Vaz de Caminha foi a primeira crônica, primeira matéria do gênero. Mas, juro, sou feliz com o gênero Braga, que a aperfeiçoou. O verbo nunca pousou sua empáfia, a semântica joga com as palavras curtas, de uso comum, os personagens não vieram do fabulário grego ou das estátuas romanas, surgiram das esquinas, da sinuca do Zé Nemer ou do Alaska. Ou mesmo dos bancos da Praça Jerônimo Monteiro. Ou, quem sabe, da esperteza de Moringueiro.