Estamos em tempos de escolhas. Não só para o ministério de Lula, assim também como para o secretariado do governador Casagrande. Digo mais: também para o STF, com a aposentadoria de Rosa Weber, atual presidente, e de Ricardo Lewandowiski. Ambos em 2023. Quais os critérios que se utilizará para indicar cada um eles? Lula, por exemplo, não pode falhar. Não só pela experiência que adquiriu com seus mandatos e também em razão do sofrimento com suas punições. É bíblico que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
Casagrande, da mesma forma, possui uma frente bolsonarista muito forte torcendo contra. Não que Manato represente alguma liderança. Pela campanha se viu que não passa de político sem qualquer expressão ou preparo. Casagrande, para vencer a eleição, além de ter feito um governo dinâmico, investiu muito nos prefeitos. Estes, é preciso que se diga, por formação ideológica ou por receio, evitaram se desgastar e muitos fizeram campanha casada – Bolsonaro-Casagrande. Só que ele vai ter que enfrentar, a partir de agora, campanha para renovação, que começa com a eleição de prefeitos daqui a dois anos. Terá que ter cuidado – nem tanto – com a Assembleia.
Estudiosos, de uma maneira geral, estudam as mutações que transformaram a maneira de pensar do eleitor brasileiro. O cientista político Alberto Carlos de Almeida, em entrevista, vai atrás dessa resposta 20 anos depois de ter feito a primeira pesquisa, que resultou no mais amplo levantamento sobre o que move o eleitor brasileiro. O PT sempre venceu o segundo turno por uma vantagem em torno de 60% a 40% contra o PSDB, exceção feita em 2014, quando Dilma venceu o tucano Aécio por três pontos percentuais. Em 2018, os conservadores cresceram, levando Bolsonaro à presidência da República e agora dividindo o eleitorado, perdendo pela menor margem já registrada em um segundo turno.
Antecipa que, “antes os terrenos eleitorais eram mais fluidos”. Quer dizer com isso, por enquanto, é que o eleitor está reconhecendo diretamente os seus representantes. O que acho, modestamente, ainda muito simples para tantas mudanças civilizatórias. E mais: quais os critérios que se levará em conta para escolha dos ministros do STF?