Por
vezes fico pensando: acho que já chegou a hora de escrever minhas memórias.
Tantos gols, tantas bolas jogadas pela linha de mundo, algumas matadas no peito...
Só quem acredita nisso: Batata, Lominha e Maizé. Dequinha, também... Seu Zezinho,
coitado, já escrevi o prefácio de seu livro. Se não, é divertido e emocionante lembrar de
fatos e coisas que marcaram – e ainda marcam – nossas vidas. Tenho perdido o sono
relembrando, ao som das ondas do bar, dos melhores acontecimentos. Mas, falemos
de Carnaval, por imposição da pauta. Primeiro, peço desculpas porque nunca fui
ao da casa e Marilene-Ronaldo - uma espécie de síntese do Iate Clube de Marataízes.
Ouvi muito, ao longo dos anos, a
pergunta: “Cachoeiro já teve Carnaval?”.
Ora, meu caro, Carnaval é uma das
festas populares mais conhecidas no mundo ocidental e, sem dúvida, a maior
festividade do Brasil. Sua origem remonta à Idade Média e tem associação direta
com o cristianismo. O Carnaval chegou ao Brasil, durante o período colonial,
caracterizado por diversas brincadeiras. Como se viu nos desfiles, um filme
extraordinário com uma série de ritmos e danças passaram a fazer parte do
Carnaval brasileiro.
Atualmente, ritmos como o samba, o maracatu
e o frevo são seus símbolos. O Carnaval transformou-se na principal festa
popular brasileira a partir da década de 1930 e, atualmente, conta com os
blocos de rua que acontecem pelo país afora, assim como os desfiles das escolas de samba. O
prefeito Victor Coelho tem toda razão em incentivar o carnaval em Cachoeiro.
Além de prestigiar as pessoas que não têm como se deslocar para as praias, para
fugir do calor, há uma cultura a ser preservada. Aliás, cultura muito rica. Tio
Assadinho e Mimica, impreterivelmente, todos os anos saíam para as ruas, as
três noites, com uma crítica social qualquer. Era tradição. Mimica, com um
metro e meio de altura, enquanto Assadinho, com quase dois metros... Quando
Assadinho foi embora de Cachoeiro para Duque de Caxias, desfeita a dupla, criou-se
um vácuo e uma saudade. E nossa cultura ficou mais pobre. Há alguma dupla que poderia substitui-los?
Fico me perguntando. Mas, coitado de mim, de ti, de nós. O ano já vai começar.
Abrir as portas do escritório, consultar todos os processos, nunca deixar de
escrever as crônicas... Se bem que este ano foi atípico, Graças a Deus. Teve
posse do novo presidente da República. Não houve golpe. Aliás, vamos refazer
tudo de errado que ficou ... Saravá.