Não previa que uma modesta análise sobre o iniciante quadro sucessório para prefeitura pudesse produzir tanta polêmica. Refiro-me ao exame de quarta-feira passada. Os possíveis candidatos não citados estão tentando pautar os jornalistas. Ora, se de um lado o jornalista fica feliz por ter sido contemplado com a leitura de sua opinião, por outro o eventual candidato não citado apela para tudo, através mesmo usando a cizânia. Acho isso bom até o ponto em que eventual candidato não queira atingir a liberdade de imprensa ou a opinião pessoal de quem escreve. À guisa de melhor entendimento, naquela oportunidade disse que "os eventuais candidatos à sucessão municipal, - praticamente anunciados - deputado estadual Bruno Rezende - e o vereador Juninho Correia, representando a extrema direita, paralelamente fazem política o dia inteiro, sem esconder para ninguém que querem chegar ao poder municipal. Ambos possuem este objetivo de forma ardente".
Disse mais: "Por outro lado, Victor não abre o jogo estrategicamente. Esses dois mandatos lhe deram experiência suficiente para, em condições de igualdade, enfrentar as estratégias das novas e velhas raposas. Embora ouça, e ouça bem, só faz o que quer. Hoje tem cacife para tal. Não se pode negar, no entanto, o expressivo apoio do governador Renato Casagrande. Está sendo fundamental para deslanchar seu governo. Há, no entanto, algumas interrogações que sobrevoavam o ambiente político".
Nada mudou no panorama. Acredito, e o faço, obviamente, relevando as perspectivas da história política, que o embate maior emerge anunciando a luta de quatro principais candidatos: o vereador Juninho Corrêa; o candidato do prefeito Victor; e o candidato de Ferraço, que poderá ser sua mulher, Norma Ayub, e, possivelmente, um candidato do PT, possivelmente Casteglione. Caso Norma não emplaque, Ferraço poderá apoiar Juninho. Ele não quer perder a eleição. Onde entraria o governador Casagrande, que, comodamente, possui quatro anos de mandato? Ora, claro, deixará a bola correr. Entrará em campo na hora certa. Assim também como Ricardo Ferraço. Ora, caro leitor, estamos lidando com profissionais da política. Homens castigados pelas idas e vindas da política, conhecedores do velho ditado, até mesmo poético, que "o mar sempre faz questão de me lembrar que ir também é voltar, partir também é ficar".
Em relação ao prefeito Victor, repito, vive um bom momento, precisa calibrar o volume de obras com os votos futuros e trabalhar sua imagem de bom administrador. É obvio que escolherá o candidato com maiores possibilidades e, sobretudo, aquele em quem confia. É recorrente, na história política de Cachoeiro, as desavenças entre quem saiu e quem assumiu. Victor precisa de um prefeito que abra espaços para ele sobreviver nesse mundo hostil. É jovem, deverá ter a cabeça cheia de planos, não pode apoiar alguém que não lhe é fiel. Por isso, sabiamente, está quieto. Faz acenos, mas recolhe as mãos quando não pode deixá-las ao vento.
Em princípio, e isso é elementar, é preciso que se diga que os candidatos - pelo menos em tese - que deverão disputar o pleito seriam: o que Victor lançar, ficaria no centro; o vereador Junino Corrêa, de direita; e um de esquerda, que se anuncia Carlos Casteglione, que sempre recebeu apoio de Lula; além do candidato Ferraço difundir (que pode ser Norma Ayub) ou apoiar, com lembra a história política de Cachoeiro. E os outros candidatos têm que correr atrás para encontrar um lugar ônibus da corrida eleitoral, que é lento, mas que exige lugar marcado. O resto são estratégias em busca de um lugar ao sol. E olha que a temperatura está quente, com calor infernal.