Na semana passada, não estive neste espaço, em razão de compromissos profissionais fora do estado. Mas hoje estou aqui, dividindo com meus queridos leitores, minhas perplexidades políticas. Vamos lá. No dia 29 próximo - elaborando um prejulgamento - o TSE eleitoral deverá transformar o ex-presidente Bolsonaro inelegível, por um bom tempo. A pergunta que se estabelece no meio político é se ele se tornará, como vítima, um bom cabo eleitoral, em nome de uma extrema direita que persegue não só o país como o mundo. Isso, sem levar em consideração os bons resultados alcançados pelo governo Lula até o momento. Em síntese, para muitos de seus seguidores Bolsonaro é melhor como cabo eleitoral que candidato.
Trazendo o tema para Cachoeiro, em plena festa da cidade, eu me pergunto: os pré-candidatos a prefeito levam o tema em consideração. Fundamentalmente, em razão da avassaladora votação que o ex-presidente obteve por aqui, deveriam estar raciocinando sobre o tema. Porém, a maioria deles se equilibra - e vejo isso com clareza - nas obras que o prefeito Victor Coelho vem realizando na cidade. A matéria é se elas são boas ou ruins? Por óbvio, não é o caso do vereador Juninho, do PL. Juninho estará se reavaliando, em termos eleitorais, esperando o que vai acontecer com Bolsonaro e seu partido. Juntado às possíveis falhas na execução das obras.
Chegando de viagem, tomei conhecimento de uma outra candidatura, de político conhecido: Jathir Moreira, que, afinal, estaria embarcando sua canoa nas frondosas águas do Hospital do Câncer, que tem na ex-deputada Norma Ayub uma participação intensa com emendas parlamentares. Claro que Jathir faz parte do esquema que Ferraço vem elaborando mansamente com vistas à sucessão municipal. Há muita habilidade no lançamento da candidatura, já que dividindo também se soma. Ferraço, como ninguém, sabe disso.
Por sua vez, o médico radiologista e hoje deputado estadual Dr. Bruno, se empolgou e botou fogo em sua campanha, não só nas redes sociais como pessoalmente nos vários bairros. Embora mais discreto, o mesmo faz o deputado Alan Ferreira. Uma pergunta, no entanto, incomoda aos eleitores a essa altura um pouco atordoados: para onde vão o prefeito Victor Coelho, o governador Casagrande e o vice, Ricardo Ferraço. A festa da cidade é um bom termômetro para isso. E a festa será bem ampla para atender todos os anseios. As obras municipais estarão aí para encher o ego do prefeito Victor, hoje podendo encarar todo mundo de frente, mostrando que a qualidade de vida dos cachoeirenses está muito melhor. Sua influência na eleição municipal será decisiva, como já disse aqui.
Externei outro dia nesta coluna que o prefeito está utilizando uma estratégia inteligente. Entregando as obras aos vereadores e eles, afinal, são que apontarão - pelo menos em tese - seus candidatos a prefeito. Pelo que conheço da política cachoeirense não vi ainda estratégia mais democrática e inteligente, pois se poupa de desgastes. Amanhã, seja qual for o resultado, pode dividir com os vereadores. E garantirá seu futuro político.
Não há motivo para pressa de sua parte. A pressa é só em ouvir e decodificar o sentimento do povo pelo relato que quem mais entende de povo: vereador.
