Quem sabe faz a hora...
2023-08-17 12:26:33
Nas crônicas que publico às quintas-feiras, ando cuidando das futuras eleições municipais em Cachoeiro. Sobre as outras, os grandes jornais já o fazem. Por exemplo, o governador Casagrande, em entrevista a O Globo, foi categórico ao anunciar que seu PSB não se importa com alianças de centro-esquerda ou centro-direita. É um sinal que deve ser observado pelos prefeitos e seus candidatos à próxima eleição. Disse isso em referência à candidatura de Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo.
Muda o quadro em Cachoeiro? Não sei. O passado mostra os pruridos ideológicos que, afinal, eram o mote da eleição. Mas isso é passado. Ferraço de um lado e seus adversários Hélio Carlos Manhães, Gilson Carone e Valadão em direção diametralmente opostas. E a luta sempre foi essa, isto é, era uma disputa ideológica. Como tudo passa, a história mostra que as eleições passadas foram dominadas pela extrema direita. Ficou registrado um Cachoeiro grandemente bolsonarista. Ou seja, curiosamente os eleitores se mostraram de extrema direita. Olhar para a história, lá trás, não adiantou muito.
Bem. Encaminho meu raciocínio para os acontecimentos escandalosos que circundam Bolsonaro e seus auxiliares, propiciando uma queda brutal no apoio digital. Aliás, a arma mais poderosa que sustenta seu prestígio. Sobretudo no Instagran e Facebook. A “operação sobre as joias” foi o fato mais grave constatado pelas pesquisas. Não se pode deixar de avaliar os acontecimentos: a) ataques golpistas; b) fraude no cartão de vacinação; c) reunião com o senador capixaba Marcos do Val; d) Hacker e Zambeli: e) prisão do ex-Diretor d PRF; e, por óbvio, f) operação sobre as joias.
Tenho a impressão que esses acontecimentos irão refletir nas próximas eleições municipais. Mas como? Presumivelmente quem mais sofrerá com isso é o vereador Júnior Correa, bolsonarista até a medula. Hoje, em verdade, ele disputará a eleição com o candidato do prefeito. Qual o discurso que sustentará? E o candidato ou candidata do prefeito será também do governador, segundo ele próprio me revelou. Os mais cotados, hoje, pela pesquisa que já rolou por aí, informalmente, são a secretária Lorena Vasques, e os deputado Alan Ferreira e Bruno Rezende. Isso fica claro que os três estão diariamente na mídia. Ferraço e Norma são incógnitas.
Repito. A queda do prestígio de Bolsonaro precisa ser olhada com muito cuidado. Isso porque ele obteve, na última eleição, 63.78% dos votos em Cachoeiro. E o raciocínio predominante é que esse quadro ainda prevalece, embora absolutamente os fatos não sejam mesmos e estão acontecendo com grande celeridade e com desdobramentos.
De quem serão os votos dos bolsonaristas decepcionados? Acredito, salvo melhor juízo, que serão “das obras” que estão sendo realizadas em Cachoeiro. O prefeito Victor leva grande vantagem com isso, embora nunca tenha demonstrado ser um anti-bolsonarista. No máximo, é um político de centro, que nunca votou no PT, segundo ele próprio.
O que venho percebendo – e já demonstrei aqui – é que os deputados Bruno Rezende e Alan Ferreira vinham numa luta surda, em busca do mesmo desiderato. Mas agora estão defrontando com uma secretária que tem um fôlego e uma disposição enormes - Lorena Vasques. E mais: pode mostrar obras que a administração está realizando, sem depender de outros, a não ser do prefeito Victor, com quem roda o município todo.
Por falar nisso, é preciso ficar de olho em Ferraço e suas estratégias políticas? Claro que Norma não vai ficar fora da eleição municipal. Mas tudo que disse tem a ver com suas decisões. Por fim, lembrei de um velho ditado. Do que se gasta na vida, o tempo é o mais caro. Não pode ser reposto ou readquirido. Oportunidade é servir ao tempo. Ou, como disse Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.