A cada Feijoada que a LEIA promove, fico orgulhoso não só por mim, por
toda a equipe, mas, sobretudo, pelo Jackson Júnior, a Ammanda, e a Antonella que
nos dirigem com tanta eficiência e respeito. Fico muito feliz em ver o sucesso da
revista (que também é nossa!). Cada dia mais. Por isso que este texto vai muito
ficar parecido com o da edição da última Feijoada. Só que estou mais feliz
ainda; muito feliz porque escrevi crônica no primeiro número e aqui permaneço
até hoje. E se bem me lembro e se não me falha a memória – ainda não está
falhando … – Paulo Hartung governava o estado (2010); foi sucedido, em 2011,
pelo atual, Renato Casagrande. As revistas nasciam e morriam rapidamente em
nossa terra. Havia apostas de quanto tempo viveriam...
O que acho muito significante – e devo ressaltar – é o talento do Júnior
e seus assessores. Possuem uma característica – e aqui só há sinceridade – que
não pode ser relegada: o preciosismo, o cuidado com que a revista é preparada a
cada edição. Todos aqui concordam com isso. E registro outro dado histórico
importante nesses tempos no qual vivemos: a independência que é proporcionada
aos jornalistas que aqui escrevem. Não há fake news. Posso afiançar que não
defendi a Revista em qualquer processo. Coisa rara de acontecer.
Aqui posso falar mal do presidente, do governador, do prefeito, sem que
nada me aconteça. Sequer cara feia. Ora, liberdade constitui valor uno e
indivisível. Não pode ser repartida em pedaços ou distribuída em doses
homeopáticas. Liberdade é mais ou menos como honra: ou se tem ou não se tem. Se
possuímos meia-liberdade, ou semiliberdade, no fundo não possuímos liberdade
alguma. Liberdade, da mesma forma, não é benesse ou favor que devemos esperar
de braços cruzados – maná a cair dos céus para saciar a fome do povo eleito
através dos séculos, liberdade tem sido direito conquistado na luta.
Jackson Júnior, embora jovem e com tamanha responsabilidade, se curva,
altivo, diante desses preceitos, respeitando-os. A Leia pode comemorar seu
sucesso, sem qualquer restrição. À sua maneira, dignamente, pode dizer que
presta relevante serviço a Cachoeiro, com qualidade e decência. Disse outro dia: voltar a Tróia é impossível.
Abandonar a imagem de Penélope, sempre constante e sempre esperando, será
impossibilidade ainda maior. Por isso importa navegar. Por isso resta navegar.
Naveguemos.