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Dores que são minhas
2022-06-14 00:00:00

   A essa altura do campeonato, eu me perguntaria se ainda tenho coração para suportar tanta emoção? Vivi como se a vida fosse infinita. Quando ainda no jornal O MOMENTO, que dirigi no final da adolescência, junto com jovens jornalistas em luta contra a ditadura, buscava uma explicação para essa mística insuperável até hoje: "modéstia à parte, eu sou de Cachoeiro". Ou, aquela tirada genial: "capital secreta do mundo". Sempre me deparava com os Braga: Rubem e Newton. Bem, para simplificar, acho que tudo começou aí. Mas antes, ainda no Bernardino Monteiro, as professoras me ensinavam: "foi a cidade que primeiro teve luz elétrica no estado".

   Tudo vinha impregnando em minha cabeça como se fosse um doce mistério. Depois disso, vem o "Rei" - Roberto Carlos. O menino que brincava no Jardim de Infância, junto com todos os meninos, do mesmo jeito, sem qualquer sinal de que um dia ganharia não só o Brasil, como o mundo. Ao mesmo tempo, eu estudava Direito. Tentava aprender a arte de argumentar, da dialética que é, enfim, o próprio processo. Cada dia absorvia que é, enfim, o próprio processo. Cada dia absorvia uma lição. Mas, sempre busquei, como todo esse aprendizado, descobrir o que não tem "receita", nem nunca terá. Tanto que "Meu pequeno Cachoeiro", de Raul Sampaio, é a música, um hino, diria, que toda cidade gostaria de ter. 

   Sou surpreendido, a essa altura do segundo tempo, com uma homenagem dessa, extraída do ventre da Câmara Municipal, uma representante autêntica do povo de minha terra - "Cachoeirense Presente-22". Me curvo, emocionado, diante do busto de Newton: "(...) esta sensibilidade que é uma antena delicadíssima, captando pedaços de todas as dores do mundo, e que me fará morrer de dores que não são minhas'. Aliás, dores que são minhas.  

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